A inauguração da exposição “Uma Densa Nuvem de Amor/ A Thick Cloud of Love” conta com a apresentação da performance “OO” de André e. Teodósio e a exibição do filme “Relatos de uma Rapariga Nada Púdica” de Lolo Arziki. Haverá ainda um DJ de Alex D’Alva Teixeira.
“OO, André e. Teodósio, 2025”
OO é o início do ciclo #gloss, um glossário não-verbal orientado para objetos, e o para-sol foi eleito o primeiro protagonista. Para além da sua função, formas e das suas diversas histórias, o para-sol é também a literalização perfeita do conceito “umbrella term” gerado em tempos pós-iluministas.
OO marks the beginning of the #gloss cycle, a nonverbal object-oriented glossary, and the parasol was chosen as the first protagonist. Beyond its function, shapes, and diverse histories, the parasol is also the perfect literalization of the concept “umbrella term” coined in post-Enlightenment times.
Relatos de uma Rapariga Nada Púdica, Lolo Arziki (2016)
Narrada na primeira pessoa, através da voz e corpo de Lolo Arziki, natural de Cabo Verde, esta obra aborda a sua vivência íntima enquanto pessoa socializada como mulher numa cultura de matriz historicamente patriarcal, religiosa e colonial. O tom confessional e performático da narrativa serve a construção de uma complexa e interessante teia de relações entre variáveis identitárias: ser mulher, negra e homoafetiva. Mas também é notório nos aspetos formais — como a quebra da quarta parede ou a montagem visível —, que Arziki pretende afirmar o processo de visibilidade de um olhar diferente do dominante.
Narrated in the first person, through the voice and body of Lolo Arziki, from Cape Verde, this film approaches the director’s intimate experience as a woman in a historically patriarchal, religious and colonial society and culture. The confessional, performed tone of the narrative builds a complex and involving web of relations between variables of identity: being a woman, Black and homo-affective. But it is also notable for its formal aspects — like the breaking of the fourth wall or the visible editing — with which Arziki aims to assert the visibility of a gaze different from the dominant one.