Ichi-go Ichi-e — Um momento, um encontro
Reitoria da Universidade NOVA de Lisboa
23 Junho – 31 Julho 2025
Curadoria: José Bértolo e Pedro Alfacinha
No âmbito da participação da Universidade Nova na Expo 2025 Osaka, e da programação Osaka em Lisboa, o Programa Nova Cultura apresenta uma exposição dedicada às relações entre a fotografia portuguesa e o Japão, com obras de Alice F. Martins, Cláudia Varejão e Patrícia Almeida, e um ciclo de cinema com obras realizadas entre os territórios português e japonês, de André Príncipe e Marco Martins, Aya Koretzky e Cláudia Varejão.
A exposição “Ichi-go Ichi-e — Um momento, um encontro” apresenta três séries fotográficas desenvolvidas no Japão por Alice F. Martins, Cláudia Varejão e Patrícia Almeida, explorando diferentes aspectos da sociedade e do território japoneses.
“Uma Barreira Contra o Pacífico”, de Alice F. Martins, foi desenvolvida em Hudai, na prefeitura de Iwate. A série aborda uma região afectada pelo terramoto de 2011, mas que foi protegida do tsunami por um sistema de muros e comportas hidráulicas.
“Ama-san”, de Cláudia Varejão, documenta o trabalho e a vida das mergulhadoras Ama na península de Ise-Shima. A série regista uma prática tradicional de pesca submarina que continua activa, mostrando o quotidiano desta comunidade de mulheres.
“No Parking”, de Patrícia Almeida, resulta da observação dos fluxos urbanos em Tóquio. O trabalho centra-se nos movimentos e nas dinâmicas da cidade, captando aspectos da paisagem e da vida na metrópole contemporânea.
O título da exposição refere-se ao conceito japonês ichi-go ichi-e — “um momento, um encontro” —, o qual sublinha a importância da experiência que, singular, única e irrepetível, sobrevive através das fotografias captadas por estas fotógrafas durante as suas estadias no Japão.
A exposição será acompanhada de um ciclo de cinema, no Auditório da Reitoria, com a exibição, seguida de conversa com os artistas, dos filmes Traces of a Diary (2010), de André Príncipe e Marco Martins, Yama No Anata — Para Além das Montanhas (2011), de Aya Koretzky, e Ama-San (2016), de Cláudia Varejão. Príncipe e Martins partiram para Tóquio com o objectivo de entrevistar artistas japoneses que praticam fotografia diarística, incluindo mestres da fotografia mundial como Daido Moriyama ou Nobuyoshi Araki. Nascida no Japão, Aya Koretzky reconstitui, com materiais de arquivo tais como vídeos ou cartas, a vinda para Portugal na sua juventude. Cláudia Varejão regressa ao Japão, um ano depois da sua primeira visita para fotografar, realizando um documentário lírico sobre as mergulhadoras Ama, em torno das ideias de comunidade, sororidade e trabalho.