Uma viagem coletiva onde cantar é uma forma de abrigo, de protesto e promessa de futuro.
Sinopse:
Oito pessoas fazem uma grande viagem a pé. Não sabemos de onde vieram nem para onde vão. Viajam para fugir de uma catástrofe anunciada. Nesse caminhar resiliente, teimoso e circular, abrem espaço para a imaginação e para o encantamento, como um circo decadente com artistas melancólicos mas plenos de esperança. E cantam.
Cantam para espantar os males, para aliviar. Cantam porque as cigarras cantam. Cantam como Gal Costa no álbum Cantar, lançado em 1974, no auge da ditadura militar no Brasil. Um cantar que é um grito de liberdade, em tempos de guerras, intolerância religiosa e violências, onde sociedades e os seus Estados ensaiam o retorno a políticas autoritárias, de silenciamentos e mortes. Cantam como forma de resistência. Cantam ainda que o circo fique sem lona, que o mar invada as cidades, que a humanidade desaprenda a amar.
Segundo a mitologia grega, na estrela Tau Ceti (na constelação da baleia), a 12 anos-luz da Terra, existe um remédio milagroso capaz de curar os humanos da tristeza. Talvez seja para lá que estão a ir.
Ficha técnica:
Criação, performance e direção Francisco Thiago Cavalcanti
Co-criação e performance Bárbara Cordeiro, Francisca Pinto, João Nunes Monteiro, Mayara Batista, Sara Paternesi e Yaw Tembe Assistente de direção Francisca Pinto Colaboração na criação Piero Ramella Música original Yaw Tembe Desenho de Iluminação e direção técnica matéria leve: – Criação: Ska Batista e Josefa Pereira – Acompanhamento e Mentoria: Leticia Skrycky – Escrita sobre o projeto lumínico: Naiana Padial Documentação e Social Media Walesca Timmen Fotos Walesca Timmen e Sara Giraldo Produção executiva Sinara Suzin (Alkantara) Produção Alkantara Coprodução Alkantara, TMP – Teatro Municipal do Porto Apoio à Criação OPART, E.P.E./ESTÚDIOS VICTOR CÓRDON Residência de coprodução O Espaço do Tempo Com o apoio Fundação Calouste Gulbenkian, Goethe Institut – Culture Moves Europe, La Caldera, Companhia Instável, PAF (Performing Arts Forum), Forum Dança, Centro Cultural da Malaposta, Ilê do Mestre Peixinho, N´goma Capoeira Angola
Biografias:
Francisco Thiago Cavalcanti (1984), brasileiro, artista da dança, do teatro e da performance, bacharel em Dança, mestre em Educação, doutorando em Literaturas e Culturas Modernas, queer, não-branco, neurodiverso. Começou sua trajetória artística aos 9 anos. Fundador e diretor artístico do coletivo independente, multidisciplinar e transfronteiriço “um cavalo disse mamãe”, baseado em Lisboa. Vive entre Portugal e Brasil. Pesquisa, entre outras coisas, o comportamento animal não-humano, suas poéticas e simbologias, o teatro físico e a dança-teatro. No Rio de Janeiro, colaborou sete anos com a coreógrafa Lia Rodrigues; essa experiência ecoa fortemente em seu trabalho autoral. As peças que criou são: Contra a espada (2005), Cabíria corta o cabelo (2013), Mãe (2015), Um corpo foi achado (2018), Também se matam cavalos (2022), Quando eu morrer me enterrem na floresta (2023) e 52blue (2024).
um cavalo disse mamãe é um coletivo independente, multidisciplinar e transfronteiriço, que surgiu em Portugal em 2022 a partir do encontro de Francisco Thiago Cavalcanti, Piero Ramella, Bárbara Cordeiro e Francisca Pinto. No contexto do Programa Avançado de Criação em Artes Performativas 5, promovido pelo Forum Dança e que teve, nesta edição, a curadoria do coreógrafo e pesquisador João Fiadeiro, os quatro artistas criaram a peça Também se matam cavalos, e desde então desenvolvem um trabalho de investigação continuada que aborda entre outros temas a condição humana e animal em uma relação dialógica, poética e simbólica.
Em sua curta, porém rica trajetória, o coletivo vem agregando outros artistas como Sara Paternesi, Daniel Pizamiglio, Yaw Tembe e Walesca Timmen. Atualmente o coletivo é formado por três brasileiros, duas portuguesas, dois italianos e um suazilandês. Fazem parte da luta dos movimentos minoritários e acreditam numa abordagem artística que provoca a ação, a reflexão e a transformação.