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Uma Densa Nuvem de Amor – 20 de Outubro

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“Uma Densa Nuvem de Amor/ A Thick Cloud of Love” apresenta no dia 20 de Outubro, pelas 19h00 uma performance e um filme.

Performance

Paulo Pascoal: Leitura para Embalar Menino Grande

Paulo Pascoal entrega o corpo e abre o livro. Ou vice-versa.

Durante 45 minutos, Paulo Pascoal transforma o palco no seu quarto — íntimo, febril, contaminado de fantasmas e desejos. Ali, deita-se vulnerável e convida quatro pessoas do público a embalá-lo. Literalmente.

O corpo é recipiente. A voz, gatilho. E XPR4xTX, a sua bioficção suada, vira oráculo carnal. A partir da data de nascimento de cada participante, ele invoca memórias de há 25 anos — tempo de espinhas, suor, medo, descoberta, punho cerrado e outras explosões.

Quem o embala pode dizer o que quiser. Ele responde com o corpo e com palavras. Ou não. Tudo é resposta. Tudo é reação. Nada é neutro.

Aqui, a adolescência não é nostalgia. É matéria viva, aquecida, às vezes desconfortável. Um exorcismo íntimo com plateia.

Filme

Carlos Motta: Corpo Fechado

Este filme conta a história verdadeira de José Francisco Pereira, um homem do século XVIII que foi raptado da África Ocidental e vendido como escravo no Brasil. Como meio de sobrevivência, Pereira, interpretado de forma comovente pelo ator angolano Paulo Pascoal, juntamente com outros membros das comunidades escravizadas, desenvolveu práticas espirituais sincréticas que mesclavam tradições africanas e cristãs, na forma de bolsas de mandinga — amuletos para proteger os companheiros escravizados de ferimentos. Em 1731, após Pereira ser vendido a um senhor de escravos em Portugal, a Inquisição de Lisboa descobriu a prática e julgou-o por feitiçaria. Ele foi também notavelmente acusado de sodomia, pois confessou copular com demónios masculinos no decorrer da confecção dos amuletos. Pereira foi exilado de Lisboa e condenado a passar os últimos dias a remar como escravo numa galé. Corpo Fechado: The Devil’s Work imagina Pereira como o agente da sua própria narrativa, recuperando os termos de representação a partir do relato da sua própria destruição.

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