Celebram-se este ano 50 anos sobre o 25 de abril de 1974. Uma data fundamental na história portuguesa, que inicia um longo e sólido processo de democratização, que se traduz na plural e diversificada sociedade que hoje conhecemos.

A exposição A Liberdade está a passar por aqui de Fernando Quintas, esteve patente na Sala de Exposições da Biblioteca da NOVA FCT, de 15 de fevereiro a 29 de abril, agora na Reitoria da NOVA de 17 de junho a 25 de julho e pretende, de forma ampla, subtil e inclusiva, aludir aos murais revolucionários que foram pintados ao longo de vários anos em cidades, vilas e aldeias portuguesas, e em todos os lugares onde se sentia a dinâmica de uma sociedade que exigia uma mudança de costumes, hábitos e políticas. Nos anos que se seguiram à revolução de 1974, a arte desceu à rua, acompanhou os movimentos das pessoas, ocupou paredes, bairros e cidades inteiras, com as suas mensagens reivindicativas e assertivas, transmitidas através de composições dinâmicas, de um cromatismo gritante que não deixava ninguém indiferente.

Como um grande mural, permitindo uma leitura livre e subjetiva, esta exposição é composta por vários momentos: um primeiro painel-mural alude aos anos do pós-guerra, onde as sociedades mundiais procuravam e exigiam grandes e significativas mudanças, tentando quebrar barreiras geracionais, geográficas, sexuais e políticas; um segundo painel-mural anuncia os ventos de uma pré-revolução, onde as cores e a composição se encontram em suspensão, à espera do momento de viragem, de liberdade; e um terceiro momento, onde a composição explode em cores, ritmos e dinâmicas compositivas de grande intensidade, como se o painel-mural fosse atravessado pelos ventos imparáveis da história, que tudo levassem no seu caminho, rumo a um futuro cheio de promessas e possibilidades.


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